Dr. João José de Oliveira Neves Duque

Nasceu na Chamusca a 12/01/1926, em pleno Ribatejo e sofreu, como não podia deixar de ser, a influência da terra e província portuguesa a que ele e todos os seus pertenciam. O mais novo dos quatro irmãos que infelizmente todos viriam a falecer prematuramente e apenas um deles, seu querido irmão e excepcional engenheiro agrónomo Jorge, deixou descendência, a sua única filha, também já falecida, a senhora D.Ana Maria Lubschyk de Oliveira Duque.

João Duque entrou para a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa que frequentou com êxito e tendo alcançado a sua licenciatura. Dedicando-se fundamentalmente às relações económicas seguro é que optou cedo pelo serviço público e a ele se dedicou. Ingressou no estágio da Magistratura do Ministério Público e foi requisitado para exercer as funções de secretário do Ministro da Justiça, o então Professor Doutor Antunes Varela, verdadeiro autor do novo Código Civil. Convidado a exercer as funções de Ouvidor da Junta de Crédito Público, organismo por onde passavam então os empréstimos internos e externos que o Estado fazia nos mercados financeiros.

Em todos os cargos que exerceu encontrou dificuldades que venceu com gosto e brio demonstrando a sua capacidade e gosto pelo trabalho a que se dedicava. Foi obrigado, por força das circunstâncias, a administrar a sua casa agrícola, por falta dos pais e doenças dos irmãos.
No exercício das funções de Inspector-geral de Espectáculos, apontam-se os trabalhos que teve com a aprovação do novo Regulamento de Espectáculos Tauromáquicos na medida em que fez parte do próprio Grupo de Forcados Amadores de Santarém, na esteira de seu irmão Jorge, grupo de que também fez parte o fundador. Na qualidade de Presidente do Conselho de Administração da R.T.P. conseguiu efectuar todos os trabalhos relativos à Visita de Paulo VI sem recurso a terceiros bem como efectuou documentários das actuações do Exército que defendia, então, o Ultramar.

Teve uma vida cheia a que se dedicou generosamente; e pela sua actuação veio a ser condecorado pelo Papa Paulo VI. Da melhor raiz ribatejana assumiu-se, sempre, como ribatejano. Não conheceu favores de qualquer natureza que seja mas tão só a justiça a que tinha direito pelo seu esforço, dedicação e lealdade, pelo que será um nome a fixar duradouramente pois que poucos, entre nós, fizeram tão suas as Verdades Eternas. Visionário e apaixonado do Portugal-Maior João Duque é dos casos que se prendem ao bandarrismo consciente da nossa geração e os últimos defensores da Pátria tradicional. João Duque entrou no combate e no combate se manteve sempre, imperturbável e resoluto defendendo aquelas Verdades Eternas.